Ánforas
Algarve1/Martinhal 4/ Almagro 51 a/b
Almagro 51 A/B
Ânforas afins às Almagro 51a-b, variante A. No Martinhal não foi recolhido, até à data, nenhum exemplar completo, mas grandes fragmentos de bojo e fundo e bocais completos permitem conhecer esta forma. Estas ânforas caracterizam-se pela sua pequena dimensão e por possuírem um colo largo e troncocónico ou estreito e subcilíndrico, que termina num bordo em forma de colarinho. O bordo é alto e pouco homogéneo, geralmente côncavo na face interna, terminando num lábio simples ou levemente moldurado. Como no tipo acima descrito, as diferenças ao nível do bordo devem-se provavelmente à iniciativa individual do oleiro e não a uma evolução cronológica. As asas são muito características e fáceis de identificar, pois são geralmente em fita espessa e pouco larga, de secção amendoada e só excepcionalmente de secção subtriangular como se documenta nas produções afins do Tejo e do Sado; de secção transversal ovalada, as asas ligam a base do bordo à parte superior do bojo. Como é característico destas ânforas, o fundo cónico é alto e maciço, bem diferenciado do bojo.
São as formas predominantes nos fornos 2, 3, 5 e 6, estando presentes nos restantes fornos. Nos fornos 3 e 6 atingem os 90% dos tipos identificados.
Datos cuantificados
Epigrafía
Almagro 51 C/ Martinhal 3
Almagro 51C
Ânforas integráveis nas canónicas Almagro 51c, variantes B e C. Do Martinhal conhecem-se dois exemplares completos de corpo piriforme. Os inúmeros bocais até à data identificados têm um colo curto e troncocónico que termina num lábio ligeiramente esvasado de perfil triangular ou amendoado. As asas, em fita e geralmente pouco largas, assentam a meio do lábio ou partem directamente da parte superior deste; estas podem apresentar-se com uma canelura longitudinal, e, em menor número, com duas caneluras, ou exteriormente lisas (Silva, Coelho-Soares e Correia 1990, 230-231, fig. 71 E). Como é característico destas formas, possuem um espessamento interno na ligação do colo ao bojo que forma uma carena. Têm por vezes um acrescento de pasta na ligação superior e inferior do arranque superior da asa ao lábio e colo, mas pouco expressivo. O fundo desta ânfora é sempre estreito e oco, mas admite duas variantes: subcilíndrico, bem diferenciado do bojo, frequentemente com omphalus na base; tronco-cónico no prolongamento do bojo (id. 231, fig. 71 D).
São as formas predominantes nos fornos 4 e 10, onde atingem percentagens na ordem dos 80% e 90% respetivamente, estando presentes nos restantes fornos.
Datos cuantificados
Epigrafía
Almagro 50 /Sado 1 /Martinhal 2
Almagro 50
Produção praticamente residual (presente nos fornos 3, 4 e 5 com menos de 4%), possuindo-se apenas fragmentos de bocais, asas e fundos. Apresentam alguma variação ao nível dos bocais com bordo triangular, por vezes com face interna côncava, de lábio um pouco espessado, por vezes reentrante. Possuem asas curtas, espessas e lisas com secção ovalada que arranca da parte superior do lábio, fazendo corpo com este. Fundo em glande típico da forma Almagro 50.
Datos cuantificados
Epigrafía
Keay 25 /Dressel 14/ Martinhal 1/Beltran 65a
Dressel 14
Produção residual, presente apenas no forno 4 com menos de 1%, conhecendo-se alguns bocais com asa. Estes fragmentos caracterizam-se por possuir um colo estreito e troncocónico, podendo ainda ser cilíndrico, por vezes com carena interna a demarcar a transição para o bojo; os bordos, rectilíneos ou ligeiramente esvasados, terminam num lábio arredondado ou triangular, ocasionalmente biselado na parte inferior. A asa, de secção transversal ovalada, arranca sob o lábio ou a meio deste e repousa na parte superior do bojo. Alguns colos apresentam-se esgrafitados.
Datos cuantificados
Epigrafía
Otras producciones
Cerâmica comum
Cerámica común
O centro oleiro do Martinhal produziu complementarmente cerâmica comum, destacando-se nesse conjunto colmeias cerâmicas e lucernas do tipo “derivadas de disco” fabricadas com o mesmo tipo de pastas com que foram produzidas as Ânforas. Entre as ânforas do forno 10, cuja grelha abateu com a última fornada no interior, foram recolhidas bilhas, púcaros e alguidares. São ainda conhecidos potes/panelas e pratos produzidos localmente. A análise preliminar de um conjunto de 821 fragmentos inventariados de cerâmica comum recolhida no sítio revelou 451 bordos, 94 fundos, 44 asas e 227 bojos, além de 5 peças de perfil completo, sendo 92% de fabrico local (Bernardes, et al., 2014).